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  • Foto do escritorTeresa Gomes

Vinho Natural? Mas não são todos os vinhos, naturais?

Este assunto dava um livro como aquele que eu estou a ler de momento – Natural Wine… e na verdade no final da sua leitura não sei se vou ficar esclarecida ou ainda mais dividida.

Estás intrigado com o tema e quase a pedir ajuda ao Dr. Google ou a Miss Wikipedia? Permite-me dar alguma luz sobre o assunto. Vou resumir o essencial.



Tudo começou com um movimento algures em França na década de 80 e nos últimos anos ganhou curiosos, seguidores (alguns fanáticos) e sucesso a nível mundial. Além dos vinhos produzidos há várias feiras temáticas nas capitais de muitos países e bares dedicados exclusivamente aos “vinhos naturais”.


O que é um vinho Natural

Um “vinho natural” é um vinho feito a partir de uvas de agricultura biológica ou biodinâmica, vindimadas à mão. A fermentação ocorre apenas pela acção das leveduras indígenas. O Enólogo tem uma intervenção mínima, o vinho faz-se por si com um único ingrediente – uvas.



Tudo começou com um movimento algures em França na década de 80 e nos últimos anos ganhou curiosos, seguidores (alguns fanáticos) e sucesso a nível mundial. Além dos vinhos produzidos há várias feiras temáticas nas capitais de muitos países e bares dedicados exclusivamente aos “vinhos naturais”.


Em 2020 França legislou sobre este tipo de vinhos chamando-os de Vin Méthode Nature com a definição que descrevi em cima. O órgão supremo de vinhos Franceses (INAO), o equivalente ao nosso Instituto da Vinha e Vinho (IVV) deu o aval a esta nova definição.

Pretende-se assim esclarecer algumas das confusões em torno do termo “vinho natural” e doutras designações frequentemente confusas que o descrevem perante os consumidores.

Alguns esperam que este passo sirva de inspiração para outros países, pois após todos estes anos há uma carência de regulamentos comuns para que haja um claro entendimento.


Deves ter presente que este movimento surgiu por oposição à globalização e massificação da produção de vinhos. Vinhos feitos como receitas de Chefs de renome, em que para cada tonelada de uvas vindimadas mecanicamente, adiciona-se uma certa quantidade de leveduras seleccionadas, ou a prática de processos de vinificação tais como pasteurização, filtragem de fluxo cruzado, etc.


Assim, “vinho natural”, é, portanto, feito de uvas não pulverizadas com pesticidas ou herbicidas. A vindima é manual e na adega o produtor conta apenas com as leveduras presentes nos bagos para o processo de fermentação alcoólica. Antes do engarrafamento não é filtrado. Conforme o país, o uso de sulfitos pode ser permitido.



Como reconhecer um vinho Natural?

São vinhos invariavelmente de aspecto turvo, aromas e sabores sui generis, pouco frutados porém vibrantes na boca.

Habitualmente com grau alcoólico considerado baixo (11%- 12,5% Vol.)


Não havendo uma clara definição também não há dados estatísticos sobre “vinhos naturais”. Não tendo encaixe legislativo ou muito provavelmente chumbando na câmara de provadores da região de origem, pelos aromas, sabores e aspecto pouco padronizados, são certificados como – Vinho.



A diferença entre vinho Natural e Biológico

Ao contrário, os vinhos Biológicos são certificados, logo é possível de quantificar produção, consumo e prever tendências. A previsão diz que em 2023 vão-se abrir um bilião de garrafas de vinho Biológico. Ou seja, mais do dobro das consumidas dez anos antes. E quanto isto representa no consumo mundial de vinhos? Segunda a revista The Drinks Business, menos de 4%, ou seja, um nicho de mercado.


Os vinhos Biológicos podem, contudo, fomentar o aumento da curiosidade e consumo do “vinho natural” pois é um percurso habitual tomado pelos consumidores.

Enquanto interessados em vinhos Biológicos tendem a procurar saber mais informações e inevitavelmente descobrem o “vinho natural”, seja um vinho Orange ou um Pét-Nat.


Entretanto se nos próximos tempos não houver nenhum avanço legislativo, não estranhes. Lembra-te que que este movimento, definição que eu prefiro à de “vinho natural” se trata de romper com os formatos estabelecidos e de ir ao sabor das leis da natureza. Estes vinhos representam liberdade de trabalhar a vinha e de fazer vinhos totalmente sem burocracia. Vejo os “vinhos naturais” como fazendo parte de um ecossistema muito mais complexo que também eu estou a começar a descobrir.


Se quiseres juntar-te a mim nesta viagem, aqui fica uma lista de 5 bares aonde podes apreciar ou comprar “vinhos naturais”.



Se ficaste curioso com o livro Natural Wine, foi escrito pela primeira Master of Wine Francesa – Isabelle Legeron. Eu estou a adorar a leitura, é informativo e claro. Além que a Isabelle dá a conhecer a opinião de vários produtores citando-os.


E tu, que livros sobre vinhos andas a ler? Faz as tuas recomendações nos comentários em baixo.

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